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Rui Pinheiro – Sociólogo
Rui Pinheiro
Sociólogo

Fora do Carreiro

Pela terra própria. Notas de viagem

9 de janeiro de 2022
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Escolhi, desta feita, como mentor desta cróninotas, Ramalho Ortigão. A sua obra “Pela Terra Alheia. Notas de Viagem”, que se diz ser o trabalho inaugural de literatura de viagens portuguesa, tem aqui uma ligeira adaptação e dedica-se a terra própria e não a terra alheia.

Santa Iria de Azóia. A Lei 11-A de 28 de Janeiro de 2013, foi um disparate monumental. Determinou partidáriamente a agregação de freguesias sem consulta dos órgãos autárquicos, sem consulta das populações, sem adopção de critérios adequados à circunstância de uma reforma administrativa territorial com sentido e objectivos nacionais de equilíbrio autárquico e desenvolvimento local.

A União de Freguesias de Santa Iria de Azóia, S. João da Talha e Bobadela, segundo os Censos de 2011 teria 44 331 habitantes. Se fosse Município, esta despropositada União de Freguesias seria o 67º município português em termos populacionais, portanto, com mais população que os restantes 241 municípios. Tal é a medida do disparate. Tal é a evidência da falta de senso, de equilíbrios, e de falta de critérios para uma boa gestão autárquica e territorial.

Evidentemente, está na hora de os órgãos autárquicos debaterem o assunto com as populações, ponderarem a sua vontade e agirem em conformidade.

É indispensável que os partidos políticos se envolvam nesta análise e obriguem os seus directórios nacionais a apoiarem a vontade apurada dos cidadãos e a corrigirem na Assembleia da República o despautério que uma certa maioria política naquele órgão de soberania determinou.

O que é absolutamente certo, aos meus olhos, é que Santa Iria de Azóia, S. João da Talha e Bobadela, até ao momento, só perderam com a agregação das freguesias. Urge corrigir o disparate.

Prior-Velho em contra-corrente internacional ? Enquanto o mundo se focava em Glasgow e na Cimeira do Clima COP26, “Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas como um importante evento que reúne dirigentes de todos os países do mundo com vista a chegar a acordo sobre a forma de intensificar a ação a nível mundial para resolver a crise climática”, segundo o Conselho Europeu, em Portugal, na localidade do Prior-Velho, a Junta de Freguesia inaugurava uma fonte-rotunda que, promove o desperdício de água e energia. Não só não havia necessidade, como é aconselhável a correcção da situação. Ninguém ganha nada com aquilo.

Sacavém e as suas ideossincrasias. A Cidade de Sacavém teima empenhadamente em não assumir o estatuto de Cidade. Critica ferozmente obras estruturais que lhe dão dimensão e qualidade e é entusiasmadamente complacente com o estado de insuficiência urbana, com a circulação viária caótica, o estacionamento automóvel pavoroso, a sujidade congénita das ruas, o definhamento comercial, a ausência desportiva, o deserto cultural. Ou seja, assegura-se, diariamente de que não passará da cepa torta.

Neste contexto, não deixa de ser um caso de estudo, que seja avaliado positivamente por muitos residentes de Sacavém que o Presidente da Junta de Freguesia empunhe agulhetas para fazer a lavagem de ruas ou conduza varredoras mecânicas para tentar limpar as vias.

A pergunta que se impõe é se nas eleições autárquicas se elege o Presidente de Junta ou o Cantoneiro- Mor. Se se elege o Cantoneiro Principal, talvez seja de abrir Concurso para recrutar um Presidente.

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