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Ricardo Andrade – Comissário de Bordo
Ricardo Andrade
Comissário de Bordo

Opinião de Ricardo Andrade

Marcas

4 de setembro de 2022
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Sentado à secretária olho para os últimos tempos. Penso, longe da confusão e da espuma dos dias, no que tenho vivido. Analiso cada momento e cada segundo.
Leio as palavras de outros. Vejo exemplos vividos e que me eram desconhecidos. Acompanho histórias que não a minha.
Tudo isso me faz pensar, me faz olhar para o futuro. Sem nunca esquecer o passado, sem nunca olvidar o que vivi e as lições que aprendi.
Ultimamente dou por mim a pensar muito em superação. Na capacidade que temos de ir além do que pensávamos possível ultrapassando obstáculos e vencendo desafios. Na forma como vamos olhando para o que a vida nos traz e vamos trilhando o nosso caminho. Nas várias abordagens que vamos tendo perante as adversidades e perante as conquistas.
Reparo na reacções dos meus filhos ao que julgam ser contrariedades ou vitórias imensas. Analiso a forma como evoluem enquanto crianças e enquanto pessoas que vão construindo a sua personalidade. Vislumbro a construção de amizades que vão realizando e o modo como vão demonstrando os valores que lhes vão sendo passados.
É também nos nossos descendentes que vamos percebendo o que somos e o que fomos construindo enquanto seres parte de todo um mundo.
Sim... os últimos anos têm sido para mim de muita aprendizagem, de muita evolução, de muita estrada andada.
Sim... fui tentando dar sempre o melhor de mim.
Sim... fui tentando ser coerente comigo mesmo e com aquilo que defendo.
A fuga a viver apenas no passado ou imaginando um determinado futuro é algo que encaro como parte do processo de crescimento que fui assumindo como essencial para o meu presente.
Aceitando que erro, que tomo decisões certas e que também caminho por zonas em que o bem e o mal não são necessariamente iguais aos olhos de todos.
Tento beber ensinamentos de pequenos gestos e de palavras muitas vezes pouco perceptíveis.
Assim vou calcorreando a vida e vou gerindo as pedras no caminho sem pensar em arremessa-las ou em construir castelos.
Cada pedra tem uma história para contar. Cada nuvem um traço distintivo. Cada raio de sol um calor diferente.
Saber escutar cada som torna-se tão essencial como analisar as palavras que nos vão sendo ditas.
E deste modo vou caminhando pela vida percebendo que as marcas que procuro deixar são tão importantes como aquelas que outros vão deixando em mim... Sempre! Nunca! Algumas vezes!

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