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Rui Pinheiro – Sociólogo
Rui Pinheiro
Sociólogo

Fora do Carreiro

Monumentais enganos?

7 de março de 2021
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A minha vida pessoal não me permitiu visitar durante mais de um ano a zona da Foz do Trancão na agora freguesia do Parque das Nações, Município de Lisboa.

Recentemente, tive ocasião de poder deslocar-me à área e confrontar-me com o renovado choque de que aqui dou público testemunho.

Esse choque tem duas dominantes principais

A primeira recorda o negócio imoral e despropositado que Carlos Teixeira e Ricardo Leão fizeram com António Costa e Fernando Medina, que resultou na alienação de território do Concelho de Loures, prejudicando fortemente as freguesias de Sacavém e Moscavide e o seu futuro em troca não se sabe de quê…

A segunda dominante constata o estado vergonhoso e de abandono a que o espaço se encontra, evidenciando que as populações, sejam do Concelho de Loures, sejam do Concelho de Lisboa não ganharam nada com tão intrigante e disparatada negociata.

Faço a estre respeito, portanto, as seguintes considerações

Transferir os territórios de Moscavide e Sacavém para Lisboa foi um monumental engano aos cidadãos, um logro sem igual;

Ignorar o projecto elaborado no contexto da EXPO-98 de executar na zona da Foz do Trancão um pequeno bosque equipado, é um outro engano considerável às populações que mereciam uma exemplar penalização política e talvez mesmo legal;

Manter aquela área sujeita a apetites imobiliários, tem um carácter social e ambientalmente perverso;

Atendendo a que a artificial freguesia do Parque das Nações e a Câmara municipal de Lisboa desprezam completamente aquele território, impõe-se a correcção da tutela e deve ser devolvido ao Concelho de Loures;

Na mesma linha e em razão do disparate que foi a criação de Uniões de Freguesia insanas, é necessário que a Assembleia da República e os partidos políticos corrijam o despautério e devolvam a dignidade às freguesias, a autonomia às populações e os territórios onde foram ilegitimamente extraídos.

Muitos dos meus conterrâneos, tendem a esquecer estes episódios e malfeitorias à Cidade de Sacavém e há agentes políticos que querem que estes episódios e circunstâncias sejam esquecidos e desvalorizados. Pela minha parte, farei por que não sejam esquecidos e farei por que sejam responsabilizados os actores destes monumentais enganos e dos seus inqualificáveis logros.

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