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Opinião
Rui Pinheiro – Sociólogo
Rui Pinheiro
Sociólogo

Fora do Carreiro

LRS, Águas Mil

3 de outubro de 2021
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A tentação dos escribas e, eventualmente, a pulsão dos leitores, justificaria uma abordagem, por um qualquer ângulo, das eleições autárquicas, dos seus resultados e consequências.

A passagem pela vida política autárquica, concedeu-me a experiência de não precipitar análises, nem juízos, por muito negra que seja a nossa perspectiva pelos desenlaces. Portanto, a seu tempo, com as sedimentações próprias das circunstâncias, lá iremos. Por ora, deixamos o circunstancialismo de uma escolha temporária em paz.

Por mim, continua a ser tempo de tratar assuntos mais perenes e estruturantes da vida colectiva, para o que aqui caminho, após contacto com a oportuníssima decisão da ADAL, expresso num denominado “Documento de Causa” de Abril último em que esta Organização Não Governamental do Ambiente, reflecte e inquieta-se sobre o problema dos recursos hídricos no Concelho de Loures.

Quer parecer-me que de um modo geral, , a população de Loures, que convive com uma vasta rede hidrográfica, histórica e regularmente conviveu com cheias e que, globalmente, há muitos anos, é servida por um abastecimento de água potável de grande qualidade em casa, não terá presente qualquer preocupação com a situação, a pressão e os riscos que corre a água potável e a vida perante a escassez de degradação deste elemento essencial.

Contudo, os alertas internacionais e nacionais, científicos e técnicos, revelam grande preocupação com a crescente degradação dos stocks de água potável, nos quais se incluem as inquietações a respeito das massas polares.

Como é claro, a tais desassossegos globais, só pode haver a correspondente aflição local, que a Associação pertinentemente desencadeia com o seu documento, que parece visar despoletar a sensibilização e o alerta público sobre as problemáticas da gestão sustentável da água.

No fundo, o que está a ser sinalizado a todos nós é que a água é indispensável à vida e não é inesgotável, donde é preciso cuidar e poupar cada gota.

Atrevo-me a dizer que vai ser uma luta a requerer grande persistência e paciência, porque a ignorância e o egoísmo têm progredido de forma inversamente proporcional às necessidades para a preservação da vida na terra, para a utilização racional dos recursos naturais, para a defesa da água como o último reduto da sobrevivência.

Á primeira linha de combate nesta batalha crucial terão de ser chamadas incontornavelmente as autoridades nacionais e locais, a quem caberá adoptar e prosseguir políticas públicas, bem como determinar legislação e regulamentos a que os particulares tenham de se sujeitar.

Das metas mais óbvias a atingir ao nível concelhio terá de ser a muito substancial redução de perdas de água na rede pública de distribuição que se sabe estar em curso pelos SIMAR, mas que requer um forte incremento e a urgência que facilmente se compreende. Esse investimento é indispensável no próximo mandato autárquico.

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