Opinião de Ricardo Andrade
Uma verdadeira lição
5 de maio de 2025
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O mundo parou! Não... o mundo não parou! Talvez tenha parado! Será que parou?
Na passada semana fomos todos surpreendidos por um “apagão” que nos “apanhou na curva”!
Percebemos, ou fomos percebendo, que as nossas vidas estão, hoje, mais dependentes de várias “ferramentas” que outrora não existiam e as quais tomamos não apenas como adquiridas mas, acima de tudo, como essenciais.
Mas será que o são mesmo? Será que precisamos de tudo quanto nos habituámos a ter? Será que o que temos como essencial não é meramente acessório?
Ficámos meio perdidos sem podermos recorrer ao que diariamente recorríamos para estarmos a par de tudo. Ficámos como se estivéssemos no meio do nada entregues apenas à nossa sorte.
Mas será que estamos mesmo entregues à nossa sorte quando somos privados de certas tecnologias ou meios de comunicação?
Mas será que estamos mesmo entregues à nossa sorte quando o acesso à energia rápida e acessível fica condicionado?
Sou daqueles que gosta de aprender com o passado mas não ficar necessariamente preso a ele. Sou daqueles que gosta de olhar para o sucedido e retirar lições. Sou daqueles que acha que um futuro melhor se constrói com aprendizagem empírica.
E sim... sou daqueles que prefere olhar para um raio de sol como luz e não como motivo de uma possível insolação.
Por isso não podia deixar de realçar que, no meio do “caos do apagão 2025”, vi solidariedade entre pessoas que passavam dificuldades. Vi alteração de comportamentos para fazer face a uma adversidade que afectava todos. Vi muito do que normalmente está menos à vista.
Por isso não podia deixar de referir que também aprendi mais alguma coisa sobre mim e sobre os outros.
Por isso não me sai da cabeça que certas ocorrências me ajudam a perceber melhor o que importa mesmo na vida.
O “apagão” já passou mas é agora que ele já se encontra mais longe que penso ser essencial que me recordemos sempre do quanto ele nos fez vêr o que, efectivamente, é o mais importante para cada um de nós.
Essa sim é a verdadeira lição que seria bom que nenhum de nós olvidasse!