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Ricardo Andrade – Comissário de Bordo
Ricardo Andrade
Comissário de Bordo

Opinião de Ricardo Andrade

Rádio? Vamos a isto velha amiga!

6 de novembro de 2021
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Foi em 1984 que os Queen lançaram uma das suas mais famosas músicas e para este que vos escreve, uma das suas obras com maior conteúdo. “Radio Ga Ga”, escrita pelo baterista Roger Taylor teve enorme sucesso e entrou nas vidas de milhões de então jovens como eu. Uma melodia que ficava no ouvido mas, para mim, uma letra fantástica que falava na importância da rádio, em algumas das razões do seu declínio de então e igualmente das enormes possibilidades do seu futuro.

Confesso-vos que “Radio Ga Ga” entrou na minha vida através de uma professora de inglês que, numa aula, a utilizou para enriquecer o vocabulário dos seus alunos mas também para nos despertar as consciências para a evolução dos meios de informação e de entretenimento. Confesso-vos que nem sei muito bem se antes desse momento alguma vez me teria apercebido da importância da rádio ou se a mesma tinha sobre mim algum tipo de fascínio como aquele que, manifestamente, passou a ter depois desse episódio que ainda hoje guardo na memória. Confesso-vos que até então a rádio pouco me dizia.

Depois disso passei a olhar para a rádio de forma diferente. Com reverência, com orgulho, com respeito, com carinho e com muito sentimentos especiais que nem sabia, até então, que podia nutrir por ela.

Por isso e à medida que a minha vida foi evoluindo e que fui descobrindo imensas realidades comunicacionais distintas a rádio nunca deixou de ser algo que me atraia. Talvez tanto que nunca pensei fazer parte dela.

Mas a vida dá tantas voltas...tantas tantas... mais ainda que um carrossel na “ Feira Popular ”. O nosso mundo munda tantas e tantas vezes que nem sempre conseguimos pensar no que vem a seguir e naquilo que se nos vai deparar.

E foi numa dessas voltas ( uma das últimas na minha vida ) que a rádio, essa “velha amiga” da canção dos Queen, entrou na minha vida de uma forma que não havia nunca pensado ou previsto. De uma hora para outra, aquilo que tenho vindo a fazer com todos os que me lêem ao longo destes anos... esta partilha de opiniões, pensamentos, emoções e análises pessoais.. tinha um novo amigo que não apenas estas linhas do costume. De um momento para o outro pensar e falar da vida e de política passou para outro nível e patamar. De um momento para o outro, a minha voz ( dizem que grave e colocada ) passou a estar sem o suporte audiovisual de um debate de ideias nas plataformas online locais e tinha a ajuda daquela amiga que há muito tinha entrado na minha vida pelas ondas de rádio.

Sei que toda a equipa da “ Rádio Bobadela 2020 ” ( essa casa de gente boa e dedicada que me acolheu como se nos conhecêssemos desde sempre ) não fazia sequer a ideia do especial que era para mim aquela primeira emissão. Estou seguro que não podiam sequer imaginar do nervoso miudinho que me invadia enquanto entrava naquela sala. Calculo que ninguém tivesse noção das expectativas que tinha quanto aquele momento e do sentido de responsabilidade e do peso que coloquei em mim naqueles minutos.

Mas querem que vos escreva o que também senti? Que foi fantástico! Que foi especial!

Foi como se uma parte que me faltava aparecesse ali de repente, lado a lado com a moderadora do programa que, por acaso e só por acaso, me faz o favor de ser minha amiga. Essa amiga que esteve bem melhor que eu conseguindo completar com a nossa amiga rádio este projecto que me fez reencontrar com uma parte de mim há muito adormecida.

Agora é seguir em frente e tentar fazer ainda melhor no próximo programa, incorporando o espírito de serviço público mas também de entretenimento que toda a equipa da “ Rádio Bobadela 2020 ” demonstra dia após dia.

Agora é tempo de escrever e dizer: “ Vamos a isto velha amiga rádio!”

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