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Cristina Fialho – Chefe de redação
Cristina Fialho
Chefe de redação

Editorial

E as árvores, Noé?

4 de agosto de 2019
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Noé construiu uma arca e levou lá para dentro as suas coisas preferidas, a sua família, os seus amigos, os animais (um de cada) mas só os seus preferidos, os idiotas dos dinossauros não. São barulhentos e desajeitados. Os do mar também não, cheiram mal. Podem perfeitamente ficar na rua. Noé e a seleção das suas coisas preferidas do planeta esconderam-se numa arca, isolados de tudo o que lá vinha que podia ser diferente e assustador. Que podia acabar com as suas coisas favoritas ou levá-las para longe de si.

Mas passados 40 dias e 40 noites os animais começaram a ter fome, os mantimentos escasseavam e os livros já tinham sido todos lidos. Noé estava aborrecido e as suas coisas preferidas deixaram de ter piada e de o entusiasmar como antes. Estava cansado de viver. Nada tinha graça. Nada valia a pena e alinde deixou ficar, à espera do fim.

Mas os animais precisavam de comida e os donos dos animais são altruístas ao ponto de cuidarem deles mesmo quando não querem cuidar de si próprios.

Noé abriu uma janela da arca e deixou sair uma pomba... já não gostava assim tanto de pombas porque elas cagavam tudo.

Disse para a pomba ir ver se havia comida, novidades ou ajuda ... qualquer coisa que importasse.

A pomba voltou com um pequeno ramo de Oliveira.

Esse ramo representava uma vida para lá da arca ... uma nova esperança, uma coisa diferente... afinal, Noé tinha tanta coisa dentro da arca... mas não tinha nenhuma árvore.

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