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Cristina Fialho – Chefe de redação
Cristina Fialho
Chefe de redação

Editorial

Dia da Mãe

8 de maio de 2022
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Já várias vezes escrevi sobre a minha, que é fácil de elogiar, e que tantos disparates diz e que gosto de publicar no Facebook sob a hashtag #perolasdasenhoraminha mãe.

Ela é o máximo!

Mas não me querendo tornar repetitiva, e a propósito do Dia da Mãe (que é todos os dias, mas no dia 1 de Maio celebra-se com um bocadinho mais de pirosice) hoje falo das falhas da minha querida mamã.

A minha mãe NUNCA me ajudou a fazer os trabalhos de matemática, cedo me apresentou a uma calculadora que a descartava das explicações. Consequentemente, apaixonei-me pelas letras, que eu compreendia sozinha, a escrita torna-se a minha profissão e aqui estou eu a escrever-vos.

Foi rara (se alguma) a vez que me contou uma história sem interrupções. Numa casa cheia de gente, barulho, interrupções e uma mulher que, ela própria inventou o conceito de “multitasking”, contar uma história à 7ª filha podia-se tentar… mas normalmente ficava a meio e eu inventava o resto, o que treinou o meu "músculo da criatividade” e da imaginação!

Nunca me ensinou nada sobre finanças. Sempre deu tudo a toda a gente e nunca cobrou nada. Oferece, surpreende, mima e reparte. Desta feita não sei fazer contas, nem parar de fazer compras, compro tudo o que é rifa e contribuo para causas que me tocam o coração.

A minha mãe falhou redondamente na parte que tinha de me ensinar a dizer “não”. A sua benevolência e generosidade conservou em mim uma certa ingenuidade.

Já em adulta, a realidade abalroou-me com situações que só saberia lidar se fosse mais astuta.

Nunca me deixa ficar com os tupperwares, mesmo os mais rascas que vêm com os take away do restaurante chinês.

De todas as coisas que a minha mãe não me ensinou pude aprender na escola, com as minhas irmãs, na internet ou a ler nos livros. De resto ensina-me tudo, até o truque do molho de orégãos.

Só não me ensina a viver sem ela.

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