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Rui Rego – Advogado
Rui Rego
Advogado

Opinião Rui Jorge Rego

O ERRO DE 2020

3 de outubro de 2020
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Os Gestores Portugueses têm fama de gerir segundo a maré, sem planear, e ainda assim conseguir bons resultados porque nós, diz-se, somos os campeões do “desenrascanço”.

Não sei de onde nasceu essa fama, porque a mim parece-me que os gestores e as empresas Portuguesas são preparadas, estruturadas e organizadas, planeando as suas receitas, as suas despesas, e os seus investimentos. Quando em novembro de 2019 surgiu o primeiro caso de Covid – 19 na província de em Wuhan, na China, a economia Portuguesa estava em franco crescimento, com um aumento do PIB de 2,2%. O desemprego diminuía, as empresas investiam em novos negócios e na sua internacionalização. Os eventos empresariais, quer nacionais quer internacionais, eram tantos, que a dificuldade era escolher quais os que iriamos assistir.

Foi neste clima de confiança que os gestores foram chamados a planear 2020, o que fizeram, na sua maioria, com previsões de crescimento, aumento do investimento e criação de novos postos de trabalho.

Saiu tudo errado! Costumo dizer muitas vezes que quando não se cumpre o plano, das duas uma: Planeamos mal, ou executamos mal. Mas desta vez foi uma causa exógena que deitou por terra tudo o que tinha sido planeado.

Fruto da Pandemia, 2020 foi um ano de recessão e não de crescimento. O Governo prevê uma queda da economia na ordem dos 6,9%, havendo quem, numa perspetiva mais pessimista (ou realista) preveja uma queda que pode chegar aos 12%. E é neste cenário de incerteza que temos de planear 2021, com a certeza que não podemos voltar a errar em 2021.

Do ponto de vista macroeconómico, as previsões apontam para um crescimento na casa dos 5,8% em comparação com 2020. Mas apesar da previsão de crescimento, será difícil planear o próximo ano, mesmo considerando os muitos milhões de Euros que chegarão da União Europeia para apoio da economia e que se espera sejam gastos na economia e com as empresas!

Será assim necessária prudência na elaboração do plano de atividades e no orçamento para 2021.

As empresas terão que se estruturar de forma mais dinâmica, para que se consigam adaptar às mais do que esperadas flutuações do mercado, derivadas da imprevisibilidade da data e sucesso de uma vacina, e da incapacidade de prevermos o número de casos e as medidas necessárias para garantir que o R0 (número de contágios causados por cada pessoa infetada) permaneça baixo.

É importante percebermos que a transformação digital, ocorreu em poucos meses, provocando um avanço da era digital, e a transformação das relações laborais, com o implemento do teletrabalho, que veio para ficar, tornando-se por isso necessário que as empresas passem a apostar na via digital como forma de angariar clientes.

É também importante realizarmos que o comportamento dos consumidores se alterou, estando estes de momento mais disponíveis para comprar “online”.

As estratégias de vendas devem cada vez mais ser focadas nos clientes, e não nos produtos ou serviços.

É necessário inovar, com novos produtos, novos métodos de produção.

Vão desaparecer muitas empresas e muitos empregos, e quem projetar mal, quem não se conseguir adaptar e projetar está mais perto de desaparecer!

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