Opinião de João Pedro Domingues
Terminou 2024, viva 2025
6 de janeiro de 2025
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O ano que agora terminou não foi um ano que possamos recordar com especial emoção. Vários acontecimentos, em especial internacionais, tiveram, e irão ter, impactos significativos nas nossas vidas coletivas.
Só para enumerar alguns, que no meu entender serão os mais negativamente significativos, relembro a eleição de Donald Trump, que, por falta de adversário credível e capacitado, ganhou o Congresso e o Senado, ficando com todo o poder americano na mão, o que nos faz temer o pior, conhecendo as características do “bicho”.
A guerra no médio oriente continua em franco desenvolvimento. E, apesar de toda a simpatia que se pudesse ter pelo Estado de Israel, e compreendendo ainda a resposta bélica legitima levada a efeito, face ao ignóbil ataque do Hamas, a conduta de Benjamin Netanyahu é atualmente totalmente inadmissível, podendo já ser considerada como crime contra a humanidade.
Para quem continua a não acreditar nas alterações climáticas, como Trump e outros, veja-se a seca extrema e os incêndios que têm assolado o Planeta, com especial incidência na América do Sul, em especial Bolívia, Equador e Brasil, onde só na Amazónia arderam mais de 22 milhões de hectares de floresta.
As inundações também foram uma constante, com prejuízos enormes em vidas humanas e materiais, como se pôde constatar em Valência, e nos furacões e supertufões ocorridos nos Estados Unidos, Vietname, Laos e Tailândia.
Na Ucrânia a escalada criminosa continua, por parte da ditadura Putiniana, com o sofrimento da população ucraniana e russa, e com grande parte das cidades e infraestruturas básicas completamente destruídas. A reconstrução daquele País soberano vai demorar décadas a acontecer, independentemente das soluções encontradas para terminar, diplomaticamente ou belicamente, este conflito.
A queda do regime de Bashar al Assad na Síria, e a incógnita sobre o que reservará o novo modelo a implementar naquele País, poderão ter impactes significativos em toda essa região, tão importante em termos geopolíticos.
Recordo igualmente, o avanço da extrema-direita em toda a Europa, nomeadamente em França, Alemanha, Áustria e Itália, para só mencionar alguns, e em Portugal, com o partido populista e extremista Chega a eleger 50 deputados, algo inconcebível alguns anos antes.
Para 2025, ansiava que tudo, ou quase tudo do que atrás referi, se alterasse ou pelo menos minimizasse. Era extremamente importante que todos os Países do mundo, e em especial os seus governantes, pudessem perceber e interiorizar que é fundamental preservar e fazer muito mais pelo Planeta onde vivemos. Não se pode continuar a não dar a devida atenção às alterações climáticas. Para lá das Cimeiras são precisas ações concretas por parte dos governos e da população em geral.
Era importante que a invasão da Ucrânia e a guerra na Faixa de Gaza, que, entretanto, se alastrou, terminasse e que se encontrasse um antidoto para as loucuras de Putin e Netanyahu.
Por cá, desejava que ocorresse uma pacificação no SNS, apesar de muito cético devido à atuação pouco eficaz e credível do governo, e que tudo o que foi prometido pelo atual governo (claro que em tempo de campanha eleitoral), pudesse ser posto em prática.
Desejava que a multiplicação dos professores pudesse acontecer (ainda se aguarda o milagre prometido). E que a segurança interna deixasse de ser uma peça de campanha constante, quer do governo quer da extrema-direita, dado que continuamos a ser um dos países mais seguros do mundo.
Em termos de autárquicas, que já não tardam, vai haver uma significativa e importante alteração do quadro político, quer metropolitano quer nacional, com a mudança de mais de um terço dos atuais presidentes de câmara. Desejo que as populações, nessa altura, saibam escolher os melhores representantes, e não se deixem enganar com falinhas mansas, populistas, de quem afirma resolver tudo e mais um par de botas, de uma só penada.
Em Loures, estou crente que a população saberá quem melhor a representará, e quem tem ao longo dos últimos anos desenvolvido de um modo ímpar o seu concelho.
Acabou 2024, viva 2025!