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João Pedro Domingues – Professor
João Pedro Domingues
Professor

Opinião de João Pedro Domingues

O Ano do Leão

5 de junho de 2021
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Sou insuspeito quando falo de leões, em especial os que são oriundos da segunda circular. Quem me conhece sabe bem que sou um benfiquista confesso, convicto, fervoroso, sem, no entanto, ser fundamentalista. E, confesso, não nutro grande simpatia por tudo o que é verde, ou mesmo azul, clubísticamente falando.
No entanto, tenho que, como qualquer ser racional e inteligente, admitir que este ano, e ao fim de duros e penosos dezanove anos de penúria, os leões (de Alvalade), mereceram vencer o campeonato e deixar de só conseguir ver a TV Memória. Foram os mais regulares, os que mais apostaram na juventude, os que mais garra e empenho demonstraram dentro de campo (apesar de bastas vezes terem sido bafejados pela célebre estrelinha da sorte e, admitamos, por alguns senhores vestidos daquela cor mais escura). E, por isso mesmo, mereceram o título, com muita pena minha e de toda a nação benfiquista.
Mas, sejamos justos, mereceram igualmente, no futsal e no hóquei em patins, os títulos europeus, que honra o País e o desporto nacional.
Foi, por assim dizer, o ano do leão (de Alvalade).
Mas não é deste leão que quero falar. Permitam-me que, quando nos aproximamos das eleições autárquicas, possa aqui falar de outro Leão. O Leão de Loures.
É curial afirmar, desde já, e para quem não me conhece, que sou socialista. Desde sempre e com muito orgulho.
A pré-campanha já aí está na rua. Ainda a procissão está no adro e o espaço público começa já a ter a presença de alguns outdoors, mini outdoors, mupi’s, bandeirolas, cartazes, enfim, toda a panóplia de comunicação eleitoral.
Em Loures a disputa vai ser renhida, teatrealizada por alguns, vitimizada por outros, mas no fim do dia, estou convicto que a população saberá ver a diferença, entre quem procura sempre desculpas para não fazer, e ser sempre parte do problema, e quem vai apresentar proposta honestas e concretas, e será sempre parte da solução.
Provavelmente, nunca antes como agora, o voto útil será tão importante e poderá fazer toda a diferença, dado que o desperdício de voto não trará benefícios a ninguém.
Em Loures, o descontentamento por um trabalho não realizado, a pandemia que foi tratada sem o empenhamento demonstrado por municípios vizinhos, as obras permanentemente adiadas (ou que irão ser anunciadas agora), e a culpabilização sempre dos outros, não augura nada de bom para quem está há oito anos no poder municipal.
A apresentação do candidato comunista não trouxe nada de novo. A culpabilização da oposição e a vitimização para a inoperância verificada, demonstraram não haver novas propostas, nenhum rasgo e nenhum futuro, o que se antevê que será mais do mesmo, ou seja, muito pouco.
O Chega será a grande incógnita no processo eleitoral. Não só em Loures, mas em todo o País. Ninguém conseguirá, neste momento, perspetivar quanto vale este partido. Serão apresentadas por ele, propostas anti-sistema, populistas, securitárias, eventualmente xenófobas, que poderão acolher os votos dos mais incautos ou dos desencantados com a política e os políticos.
O PSD, agora com um candidato da casa, simpático, com alguma obra feita numa pequena freguesia do concelho, poderá trazer algumas ideias novas, mas o seu combate será, provavelmente, com o Chega e não para conseguir a presidência da Câmara.
Os Socialistas apresentam um candidato com provas dadas. Na vereação socialista, durante doze anos, com pelouros importantes como a Educação, onde realizou um ótimo trabalho, mas também na Assembleia da República, como tem sido reconhecido pelos seus pares.
E, na atualidade, enquanto presidente da Assembleia Municipal, onde imprimiu uma dinâmica impar, o que fez com que a população percebesse a importância deste Órgão, ampliando a sua participação a patamares pouco registados noutros concelhos.
Apesar dos programas eleitorais só agora começarem a aparecer, já se consegue antever, pelos discursos conhecidos, as diferenças que existem.
A disputa eleitoral ainda agora vai começar, e haverá tempo para que os lourenses conheçam e debatam as principais ideias dos candidatos.
E SIM, é preciso perceber que vão existir grandes diferenças. E, SIM, os candidatos não são todos iguais.
Mas concluindo, e tendo de aceitar que, clubisticamente falando, os leões (de Alvalade) foram este ano os melhores, estou convicto e desejoso que, em Loures, nas próximas eleições autárquicas, poder dizer que este foi o ANO do LEÃO.

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