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João Pedro Domingues – Professor
João Pedro Domingues
Professor

Opinião de João Pedro Domingues

Felizmente não sou comunista

6 de junho de 2022
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Escrevia em março que o impensável tinha acabado por acontecer e manifestava a minha profunda revolta.
E, hoje, escrevo e reafirmo que o impensável, apesar de quase todas as vozes se terem erguido em reprovação, continua a acontecer, e a invasão não se vislumbra quando poderá terminar.
O ditador Putin, mantém-se autista e quase orgulhosamente só, a continuar a violar o Direito Internacional e a soberania de um povo.
A desnazificação da Ucrânia foi o pretexto, mas o principal objetivo seria e continua a ser, a tentativa de voltar a recriar a antiga União Soviética e as suas fronteiras, tendo começado este desiderato pela Ucrânia.
Putin pensou terminar a agressão em pouco tempo, com uma vitória retumbante. Mas não contou com a abnegação, a coragem e o patriotismo do povo ucraniano.
E, não o conseguindo, começou a demitir os seus generais e a endurecer desmesuradamente os combates no terreno, não poupando as populações civis nem os equipamentos escolares e de saúde.
Como que o ditador está a viver momentos de uma euforia bacoca perante a barbárie por si mandada executar.
O povo ucraniano vive momentos dilacerantes, visionados em todo o mundo, como só estávamos habituados a ver em filmes históricos. Infelizmente, a história por vezes tende a poder repetir-se.
A Europa está a sentir, e de que maneira, os reflexos desta invasão. Os preços das matérias-primas estão numa escalada preocupante, os bens essenciais começaram a apresentar preços a que não estávamos habituados. Em Portugal esta situação começa a ter contornos bem preocupantes.
E todos entendem que a culpa deste estado de coisas é da inteira responsabilidade do Czar Putin e da sua mãe Rússia? Não. Alguns, poucos felizmente, não pensam desta maneira. Continuam a afirmar que a culpa desta invasão é do Ocidente, dos Estados Unidos e da NATO.
Para a CDU, a estratégia belicista destas entidades, em especial da NATO, são a causa e a justificação desta agressão, eufemisticamente apelidada de operação militar especial.
E, em Loures, a CDU não foge a esta regra, apesar da direção deste partido afirmar que não existem diretivas de sentido único, sobre a forma como os comunistas, nomeadamente os seus autarcas, se devem pronunciar sobre a invasão.
Em Loures, nas votações de moções apresentadas nos seus Órgãos, que procuravam condenar a ofensiva militar russa e a invasão de um país soberano, os vereadores da CDU votaram contra.
As várias intervenções desta força política, mesmo quando apresentam alguma moção, nunca condenam diretamente a acção russa, tentando branquear sempre a atitude do invasor.
Tenho, talvez por incapacidade da minha parte, grande dificuldade em compreender esta posição. E, não falarei da situação de refugiados ucranianos recebidos e acolhidos por russos pró-Putin, que demonstra acima de tudo uma enorme irresponsabilidade e incompetência a toda a prova.
Como já referi, mesmo que faça um um esforço bem grande, não consigo mesmo compreender a insensibilidade e o posicionamento político da CDU.
E, ao ver e sentir isso, só me apetece dizer, felizmente não sou comunista.

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