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João Pedro Domingues – Professor
João Pedro Domingues
Professor

Opinião de João Pedro Domingues

Apesar do “bicho” o Natal esta aí

5 de dezembro de 2020
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Um Pai Natal de viseira, conduzindo um trenó puxado por renas com máscara, não é certamente o Natal por que todos ansiávamos, nomeadamente os mais pequenos.

O Natal será sempre uma das épocas do ano mais especiais, onde as relações familiares e sociais, atingem a sua maior intensidade.

Por mais que se queira, e eu duvido que alguém o quisesse, ninguém fica indiferente a esta época festiva sempre tão ligada à nossa infância.

Mas esta será forçosamente uma época diferente, mais difícil de festejar, mais atípica, não só pelo drama que vivemos, sentido de uma forma mais forte por quem perdeu familiares e ou amigos, mas igualmente pelos dramas sociais inerentes, que se começaram a sentir desde que se iniciou a pandemia.

O turismo, uma das mais importantes fontes de rendimento para muitas famílias, não existe e não sabemos quando recomeçará. Os hotéis encerrados, a restauração com insolvências a cada dia que passa, fazem com que o desemprego cresça, deixando muitos numa situação muito difícil. E isto não nos pode deixar indiferentes.

Como alguém disse, se para uns este será um Natal de união e de solidariedade e de esperança, dado a vacina estar para breve, para outros será, sem dúvida, vivido com tristeza, amargura, preocupação e desalento.

Vivemos um tempo de incertezas, de receios, de cansaço e de grande desgaste físico e psicológico.

Pelas razões referidas, e com particular tristeza para as nossas crianças, este será um Natal menos consumista, em que daremos importância às pequenas coisas, aos pequenos gestos.

O maior presente que podemos dar a nós próprios e a todos os que nos rodeiam, familiares, amigos e conhecidos, é permanecermos saudáveis e começarmos a pensar e preparar o próximo Natal, que terá de ser celebrado a dobrar, para compensar o deste ano.
Este será um Natal com menos familiares reunidos em convívio à mesa da consoada, para não se correr o risco de transmissão do “bicho”.

Após a vacinação, que todos esperamos que ocorra no decorrer do primeiro trimestre do próximo ano, todos celebraremos esse facto com uma grande festa de família.

Agora, é tempo de contenção, de reflexão, de olharmos para o passado, perspetivando um novo futuro.

Como escrevi há algum tempo, neste mesmo espaço, solidariedade precisa-se, e, neste momento, essa é uma questão muito presente e premente.

Desejo um bom Natal para todos, apesar das chaminés estarem encerradas por questões sanitárias e o Pai Natal deslocar-se de viseira e de máscara, eventualmente com poucas prendas para nos dar.

Estou convicto que em 2021 o Natal será certamente bem melhor.

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