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Filipe Esménio – Director
Filipe Esménio
Director

Mel de Cicuta

Amor em tempos de Covid

9 de janeiro de 2022
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Fui apanhado pelo bicho, a minha mulher e os meus filhos também.

Não é agradável, mas estamos bem. Não deixámos de ter praticamente todos os sintomas associados a esta doença invisível e silenciosa.

Esta patologia agora endémica quando nos bate à porta obriga-nos a estar connosco mesmos, estarmos com os nossos e a conseguirmos dar resposta às mais primárias das necessidades humanas. Comer quando temos fome, beber quando temos sede, dormir quando temos sono, ir à casa de banho quando necessário.

Parece simples mas a verdade é que muitas vezes no nosso dia-a-dia, no estado dito normal, estes pequenos gestos ficam muitas vezes para segundo plano.

Ainda que num primeiro momento aqueles que nos rodeiam, sejam eles amigos, família, vizinhos, nos ajudem com coisas tão simples como trazer-nos o pão do dia, uns ovos, fruta e legumes, acabamos por perceber que, na verdade, não precisamos assim muito mais para termos tudo aquilo de que necessitamos.

Gabriel Garcia Marquez escreveu o "Amor em tempos de Cólera" um grande romance baseado no amor eterno que se concretizou às portas da morte. O Covid, se alguma coisa de útil nos trouxe será, provavelmente, a simples compreensão da nossa insignificância e a hierarquização dos nossos valores e daquilo que é verdadeiramente importante.

E o importante é, em cada momento, darmos de nós tudo o que temos para aqueles que nos amam e estar preparado para receber destes. Mesmo quando estamos a trabalhar, quando o telefone toca, o quanto a nossa cabeça esquece qual é a verdadeira essência da vida.

A todos os que já passaram pelo Covid o meu abraço solidário. Aos que ainda não passaram, há a forte probabilidade de que isso mais cedo ou mais tarde possa acontecer e que seja de preferência mais tarde.

Mas preparem-se com vitaminas, com alimentação saudável que reforce o vosso sistema imunitário e, acima de tudo, importa estarem verdadeiramente preparados para servir os que vos rodeiam, caso necessitem, e deixarem-se ser servidos por aqueles que vos querem bem, se assim tiver de ser.

Na verdade, a mensagem que vos queria deixar é simples: não se deixem conduzir pelo medo, a doença existe mas a saída da doença também, felizmente na maioria dos casos. Temos de pôr o nosso corpo, a nossa mente e o nosso coração direcionados para a solução e nunca centrados no problema. O principal caminho para a cura, é acreditarmos que mesmo que entremos na doença que dela vamos sair com grande velocidade.

A todos muita saúde para 2022 é muito amor em tempos de Covid.

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