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Alexandra Bordalo – Advogada
Alexandra Bordalo
Advogada

Das Notícias e do Direito

Setembro: Recomeço ou Volta à Casa de Partida

4 de setembro de 2022
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Passámos, na generalidade, o mês de Agosto a gozar férias, preparar férias, ver fotos das férias dos outros, a ouvir falar de férias, gabar férias, enfim, as férias que nos assoberbam.
Posso partilhar que um dos grandes prazeres que as férias me trazem é a vontade de planear e de fazer coisas.
Confesso, porém, que esta vontade só aparece lá para o fim das férias, e nem sempre, e isto quando as férias são mais longas.
Certo é que, a origem histórica das férias e a sua formulação legal visa o descanso e repouso do trabalhador. Ao longo dos tempos assumiu-se que tal pausa, seria absolutamente necessária para permitir a recuperação física e psíquica dos trabalhadores.
Mas note-se que quem não trabalha, também precisa de pausas, o mesmo se aplicando às crianças e jovens a quem a mudança de ambiente e de ares sempre favorece.
Aqui chegados, temos sempre o suspiro de quem se queixa da falta de verba para férias ou de como vai sempre para o mesmo sítio, ou com as mesmas pessoas.
Se a falta de capacidade financeira pode ser, e é, de facto, um constrangimento não é, todavia, um impedimento absoluto, pois há muito que se faz com pouco e pode sempre vir dormir a casa! Se o passe está comprado, é preparar um farnel e partir à descoberta, da sua cidade, da vila mais próxima, de um museu, um monumento, um jardim, um parque público.
São inúmeras as actividades gratuitas, espectáculos, música, fados, experiências. E porque não?
Entretanto, planeie, descubra, escolha e defina o mealheiro, a poupança que terá de fazer para alcançar esse objectivo.
Parecendo que não já está a planear, e ainda está de férias.
Se o problema está na companhia ou no local, subtraia uns dias às férias do costume e guarde-os para si. Ofereça-se paz e sossego, também merece e decerto precisa.
Lá está, de volta ao planeamento!
Sabemos que o Setembro é exigente. O que se acumulou nas férias. As urgências que atiraram para Setembro o que não era, e agora passou a ser urgente. O início do ano escolar. As compras da despensa e da geleira. As compras dos livros e material escolar. O que se estragou durante as férias… como se a casa se zangasse com as ausências e os electrodomésticos nos demonstrassem os seus amuos.
Ainda assim, e considerando as péssimas notícias dos incêndios que vêm destruindo a nossa mal-amada e tristemente cuidada floresta, associada à aparente catastrófica seca, temos todos de planear e de mudar os nossos comportamentos.
Se não tem em vista o ambiente, sempre pode ter a sua carteira e esforçar-se por maior contenção e economia no uso da água e da electricidade. Consome menos, gasta menos e dá mais ao ambiente.
Pode também planear coisas para a sua vida.
Umas grandes, como as decisões de mudança, de estado civil, de emprego, de cidade.
Outras mais pequenas, ainda que só aparentemente.
Não tem de esperar pelo Ano Novo para tomar a decisão do exercício, da dieta ou de deixar de fumar.
Muitas são as pequenas decisões que podem impactar de forma profunda o nosso bem-estar.
Nomeadamente, o malfadado planeamento fiscal. Sim, as decisões que ainda podemos tomar por forma a minimizar o pagamento do IRS.
Seja a decisão da poupança reforma, do tratamento médico, das consultas que estão por fazer e os exames médicos a agendar. O que for que seja.
Afinal, sempre nos sentimos um pouco melhor se fizermos o que sabemos dever ser feito e no final ainda pouparmos nos impostos, certo?
De resto, aproveite.
As praias, o sol, o passeio e os bons encontros não têm prazo de validade marcado para 31 de Agosto.
Nade, caminhe, bronzeie-se, encontre prazer e conforto na natureza e planeie, por si e pelo planeta, mude um bocadinho.
É bem possível que se avizinhem tempos menos bons, como se isto ainda fosse possível dirão muitos, mas as alterações climáticas não são um mito e os seus efeitos são bem conhecidos.
Entretanto, desfrute e demos as boas vindas ao Outono e suas cores.
Saúde e paz!

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