Das Notícias e do Direito
Liberdade e bom senso, instruções de utilização
5 de agosto de 2023
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Vivemos tempos estranhos.
Muitas são as pessoas que se queixam da vida, da carestia, da falta de dinheiro.
Porém, não há mão-de-obra, mais ou menos qualificada, não há.
Toda a gente se expõe, ponto tudo ao sol nas redes sociais, das maminhas e músculos, aos filhos e à vida íntima.
Depois lamentam-se da intrusão na vida privada ou de as crianças serem identificadas na rua por estranhos!
Há quem faça um cenário e vista uma qualquer personagem para se apresentar ao público, seja de forma real ou virtual.
Verifica-se, todavia, a dificuldade de muitos de distinguirem a realidade da ficção, o que é de facto do que poderia ser… e não é!
Quando isto se transfere do plano estritamente pessoal e abrange terceiros, como as crianças, ou atinge o plano profissional, muito pode correr mal.
Antes de mais, quando, por exemplo, se concorre a um emprego, ou a umas eleições (sejam elas locais, do governo da nação, de uma colectividade ou associação pública), creia que as suas redes sociais serão vasculhadas.
Se é indiferente se gosta de música popular, techno, clássica ou heavy, talvez já não seja se defende posições machistas, se se gaba de bater nas crianças, infringir limites de velocidade e outras, que os catálogos do disparate são infindáveis.
Ou meros interesses e hobbies incompatíveis com aquilo a que se candidata, pense nas associações de animais e nas fotos que exibe das idas à festa brava!
De igual modo, há que privilegiar o recato e a reserva.
A sobriedade.
Manter segredos!
Cuidar de que nem toda a gente saiba tudo, a todo o instante, sobre cada um e sobre todos.
A resposta de muitos que nada têm a esconder, não encontra como reverso que então exponha-se tudo!
Sendo extraordinário como evoluiu a sociedade, a net, a criatividade e o acesso generalizado aos meios de comunicação virtual, também temos de ponderar que o big brother não assiste a tudo.
Isto é, o exibir a sua casa e os seus bens pode ser atractivo para uns quantos amigos do alheio, não obstante quando se deslocam a essas instalações não há videovigilância pública que os identifique!
Enfim, a liberdade de se fazer o que se quer, como e quando lhe apetecer, deve ser ponderada, pensando nas consequências, para o próprio e para terceiros.
Pense-se na influencer, seja lá o que isto for, que numa sucessão de patacoadas se gaba de mergulhar a filha em água fria para lhe passarem as birras.
Terá agora novas experiências a relatar quando for identificada e insultada na rua, ou se tiver uma visita da CPCJ ou um processo de promoção e protecção.
Chega o Agosto quanto tudo é a gosto…
Exponha a pele, devidamente protegida, aproveite o verão, a vida e as experiências.
Se estiver sempre a olhar para o telemóvel, a ver um reel, ler um post ou procurar o melhor plano para uma foto, perde a experiência, o momento, a vida real.
Use e goze a sua liberdade, com bom senso, de preferência!
Saúde e paz!