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Opinião
Alexandra Bordalo – Advogada
Alexandra Bordalo
Advogada

Das Notícias e do Direito

Ano Novo, Vida Nova… era antigamente

9 de janeiro de 2022
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À beira de um novo ano, quando perfazemos quase dois de tudo diferente, nada do que era habitual e convencional aqui cabe.

Nem apetece fazer desejos que facilmente antevemos serão difíceis de concretizar.

Contabilizamos as perdas. De pessoas, de oportunidades, de momentos.

Uns entregam-se à autocomiseração. Outros fecharam-se numa bolha e não será fácil saírem de lá.

Num tempo que já não existe faziam-se listas, de desejos, decisões, projectos, sonhos a realizar.

Pois bem, tenho por hábito, ou malformação, ver o copo meio cheio em vez de meio vazio!

Em boa verdade, trata-se de uma escolha.

A escolher de procurar ser optimista, positiva e determinada.

E não pense que isto se confunde com a visão de tontinha, que parece miar em vez de falar e vê o mundo cor-de-rosa, onde pastam unicórnios e voam borboletas.

A escolha é esta, queixar-se, lamentar-se e ter muita pena de si próprio com as desventuras ou agruras da vida. O que resolve? Nada!

Entregue-se por umas horinhas a esse estado de pena e compaixão por si próprio, sempre é terapêutico. E depois acorde e faça-se à vida.

As soluções não são instantâneas nem servem a todos do mesmo modo. Porém, estão por aí.

Procure informar-se.

Se ficou sem trabalho, inscreva-se no Centro de Emprego, dê-se a conhecer aos vizinhos, verifique as oportunidades que só são publicitadas on-line, use as redes sociais, e tenha ideias. Pense em todas as coisas que sabe ou pode fazer e saia do quadrado onde sempre esteve ou que tem a ver com a sua profissão e empregos anteriores.

Não consegue continuar a suportar a prestação ou a renda de casa? Existem apoios e moratórias. Pode fazer uma proposta ao Banco ou ao Senhorio. E convença-se, a mudança não é necessariamente uma coisa má, pode significar novas energias, oportunidades, descobertas.

Está numa relação degradada, esgotada, infeliz ou mesmo miserável? Então ficar para quê? Os filhos de pais casados não são necessariamente mais felizes que os filhos de pais separados. Todavia, os filhos de pais que conhecem a palavra respeito e responsabilidade são garantidamente mais equilibrados e soltos.

Quase, quase tudo tem solução, ainda que nem sempre tal pareça evidente.

Inicie uma tradição. Escolha dois desejos razoáveis e dois que raiam a miragem, de seguida analise, e escreva, os passos para a sua realização e o que tem de fazer. E faça! Pode não os alcançar até ao próximo ano novo, mas porventura, ao detalhar os passos necessários, e dando início aos mesmos, dentro de um par ou de meia dúzia de anos pode alcançar.

Lembro uma fase que ouvi a uma menina invisual que aprendeu a fazer surf e que disse qualquer coisa como «impossível é uma maneira de os adultos dizerem difícil».

Use as passas como metáfora para os desejos e a mudança.

Ultrapasse o fazer dieta, deixar de fumar, acabar o curso, voltar a estudar, separar-se, e faça coisas. Pode começar pelas pequenas que sendo mais fáceis lhe trazem o incentivo às mais difíceis ou de maior complexidade.

Faça acontecer. Ver o copo meio cheio não lhe faz a vida mais fácil, mas faz de si mais resiliente e determinado. Ou se quiser «deixe-se de peneiras» e siga!

E se decidir divorciar-se, despedir-se, vender ou desatar a fazer e desfazer contratos, informe-se, consulte um advogado. A advocacia também é preventiva, para evitar dissabores.

Brinde, conte as passas, ou os bagos de romã, e tenha bons sentimentos.

Saúde, paz e gratidão é o que desejo.

Auguri 2022!

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