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Notícias | Economia e Emprego

Aquisição das instalações fabris de Sacavém

TGI quer tornar fábrica de Sacavém líder na Europa

6 de fevereiro de 2017
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André Julião

A multinacional suíça Têxtil Gramax Internacional fez manchetes de jornais quando anunciou a compra da antiga fábrica da Triumph, em Sacavém que, há meses, estava em risco de fechar, colocando em risco 530 postos de trabalho. Após um processo de negociação, a empresa decidiu avançar para a aquisição das instalações fabris de Sacavém, permitindo a manutenção de todos os trabalhadores. Manuel Pereira, CEO da Têxtil Gramax Internacional, contou ao NL como tudo se passou e revelou os planos para o futuro.

Como decorreram as negociações com a Triumph? Foi um processo complexo? A TGI adquiriu a totalidade da unidade de Sacavém?

Estudámos o dossier que nos foi apresentado pelo anterior proprietário e considerámos este um investimento interessante, sendo que fechámos o acordo em agosto passado. Neste processo de cedência de posição, foi adquirida toda a operação de produção e o que envolve as instalações, a maquinaria e os vínculos laborais com os colaboradores, desde as costureiras, à equipa de gestão.

Qual foi o papel da Câmara Municipal de Loures neste processo?

A Câmara Municipal de Loures recebeu-nos muito bem e prestou o apoio institucional possível numa transação entre duas empresas privadas.

Foi possível salvaguardar todos os postos de trabalho que estavam em causa ou houve algumas rescisões?

Uma das razões para esta aquisição foi precisamente o conjunto de competências humanas e técnicas existentes na empresa. A TGI emprega presentemente cerca de 500 pessoas e, desde o momento em que se iniciou o processo de transformação desta empresa numa unidade de produção multimarca, foi necessário dotar a organização com novas competências para dar resposta aos novos desafios.

Ao nível da gestão do investimento, o foco da nossa preocupação foi munir a empresa dos recursos materiais e humanos necessários para o sucesso que pretendemos para este projeto. Nesse sentido, foram contratados cerca de duas dezenas de colaboradores para suprir necessidades, tanto a nível comercial, como ao nível das áreas de engenharia de produto e de materiais, modelismo e design.

Estão previstas novas contratações para esta unidade fabril ainda em 2017? E no médio prazo?

A empresa necessita ainda de se reforçar em algumas funções específicas para acompanhar a sua transformação de empresa de produção com apenas um cliente (o antigo proprietário), para uma empresa que produz para vários clientes e vários mercados, assegurando todas as etapas do processo de conceção, design e produção. A flexibilidade, a qualidade e a rapidez dos tempos de produção continuam a ser as nossas mais-valias para ter sucesso num mercado global extremamente competitivo, características essas que agora estamos a reforçar com a oferta de novos serviços e competências.

O crescimento e a sustentabilidade do negócio são as linhas de rumo da TGI e, como tal, o objetivo é munir a empresa dos recursos materiais e humanos necessários para dar resposta ao volume de encomendas que queremos conquistar nos próximos meses.

Quais os planos a médio prazo: diversificar a oferta, diversificar os mercados, aumentar a produção?

A crença profunda da TGI é que esta fábrica e quem aqui trabalha podem ser muito mais relevantes para a economia nacional e tornar a empresa num dos maiores players europeus na produção de Lingerie, Shapewear e Swimwear para homem e mulher. Até à aquisição da unidade, em agosto de 2016, a totalidade da produção da TGI era exportada para a Áustria pela relação anterior com o proprietário histórico - o grupo Triumph.

Com o novo modelo de negócio multimarca que estamos a implementar, a Têxtil Gramax Internacional passa a produzir para um leque diversificado de marcas nacionais e internacionais que reconhecem e valorizam a conjugação de valências que a TGI apresenta, nomeadamente a qualidade e agilidade na produção, time-to-market, sinergias industriais e full-service range. Paralelamente à otimização da produção em curso, estamos a explorar novos mercados e, em 2017, é nosso objetivo que a produção da TGI tenha já como destinos, entre outros, os mercados da Alemanha, Áustria, Espanha, EUA, Holanda, França e Portugal.

Como pretendem combater a concorrência dos mercados emergentes, nomeadamente os asiáticos?

A produção da TGI compete com argumentos diferentes daqueles da generalidade da produção asiática. A TGI destaca-se pela proximidade dos mercados de destino, assim como pela experiência e as competências humanas e técnicas existentes na empresa. A grande qualidade na confeção, a flexibilidade na produção de linhas ou coleções com as mais diversas quantidades tornam a TGI num top player no seu setor a nível internacional.

Como a TGI gostaria que a unidade de Sacavém estivesse daqui a 5 anos?

Como o líder europeu incontestado na produção de confeção de lingerie, roupa interior, shapewear e swimwear. Já estamos entre os principais players, pelo que a concretização desta ambição dependerá do nosso trabalho conjunto.

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