Há 110 anos
Região Demarcada de Bucelas
6 de março de 2021
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Foi por decreto que há 110 anos, no dia 3 de março Bucelas se tornou na terceira região demarcada de Portugal, a seguir ao Douro e ao Dão.
«A região de Bucelas, demarcada por lei desde 1911, situa-se, no vale do rio Trancão. As vinhas instalam-se em solos que correspondem às tradicionais caeiras. Com um clima bastante frio no inverno e temperado no verão apresenta, no entanto, grandes oscilações térmicas nessa época. A casta que confere as características organoléticas deste famoso VQPRD branco (Vinho de Qualidade Produzido em Região Determinada) é a Arinto», pode ler-se no site da CM Loures.
Na verdade, a região demarcada de Bucelas apanha ainda um pouco da freguesia de Fanhões, ambas do nosso concelho. Os vinhos brancos reinam, mas, não podemos esquecer também os vinhos maduros tintos que tão afamados e apreciados são. A fama do vinho de Bucelas é bastante antiga, julgando-se que a cultura da vinha foi introduzida na região pelos romanos.
Do Marquês de Pombal aos marinheiros que viajaram na descoberta do caminho marítimo para a Índia, muitos se interessaram pelo vinho de Bucelas.
O rei da zona é a arinto, branco e espumante e o principal destino do vinho, é a exportação, pois é apreciado um pouco por todo o mundo. Foi, no entanto, com as invasões Francesas que o vinho de Bucelas começou a ser conhecido internacionalmente. O Duque de Wellington, então comandante das tropas anglo-portuguesas contra os exércitos napoleónicos, por tanto o apreciar ofereceu-o de presente a Jorge III, introduzindo-o assim em Inglaterra.
«No tempo de Shakespeare era conhecido pelo nome de Charneco, e mais tarde foi também conhecido pelo nome de Lisbon Hock (vinho branco de Lisboa)».
Depois da Guerra Peninsular, o consumo deste vinho tornou-se um hábito na corte Inglesa.
Da vinha
As vinhas instalam-se em solos que correspondem às tradicionais “caeiras”, predominantemente derivados de margas e calcários duros.
Com um clima bastante frio no inverno e temperado no verão apresenta, no entanto, grandes oscilações térmicas nessa época.
É um dos nossos melhores vinhos brancos, mas as quantidades produzidas são diminutas em termos relativos.
Segundo alguns especialistas, as Castas recomendadas são nos vinhos brancos:
Arinto (Pedernã), com um mínimo de 75% do encepamento, Sercial (Esgana Cão) e Rabo de Ovelha.
Do vinho
Apresentam uma cor citrina, um sabor e aroma frutados e um acídulo característico da casta Arinto.
São secos, leves e quando envelhecidos ganham um belo tom amarelo dourado e aromas terciários complexos.
Vinhos Espumantes brancos:
Os vinhos espumantes, dadas as características do vinho base, apresentam-se com aroma e sabor bastante frutados, acentuada frescura, e uma bolha fina e persistente que lhes confere uma excelente qualidade.