A chegada do metro a Loures iria reduzir as emissões diárias de dióxido de carbono
Aqui tem de haver Metro!
10 de março de 2020
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Segundo Bernardino Soares, a chegada do metro a Loures iria reduzir as emissões diárias de dióxido de carbono. “E nada como chegar esse apelo a António Costa, que em 1993, em campanha eleitoral, via o que as populações passavam para chegar a Lisboa”, acrescentou, referindo-se ao ano em que o primeiro-ministro se candidatou pelo PS à Câmara de Loures [na altura o candidato encenou uma corrida entre um burro e um Ferrari para mostrar a necessidade de melhorar a mobilidade no concelho].
E foi por isso que a Câmara Municipal de Loures entregou, a 17 de fevereiro, um documento ao agora primeiro-ministro, António Costa, a reivindicar a extensão da rede de metropolitano no concelho. A entrega da missiva, na residência oficial do primeiro-ministro, foi precedida de uma sessão realizada em Loures, que contou com a presença de empresários, autarcas, agentes associativos e outras personalidades locais.
Na ocasião, o presidente da Câmara Municipal de Loures, Bernardino Soares, mencionou que, “em Loures, há um grande consenso sobre a extensão do metropolitano no concelho”. Uma extensão que “beneficiará as populações de Loures, o desenvolvimento social, económico, a sustentabilidade ambiental, mas também os concelhos mais próximos, como Mafra e Odivelas, e todas as pessoas que diariamente se deslocam da região oeste para Lisboa”.
O socialista Hugo Martins, presidente da Câmara Municipal de Odivelas reconhece a importância desta medida para que as populações sejam bem servidas de transportes públicos e apoia este movimento.
Segundo Bernardino Soares, “trata-se de uma medida sensata e necessária há muito tempo”, sendo que esta opção da extensão do metropolitano, quer para Loures, quer para Sacavém, é hoje indiscutível e inadiável: “É indiscutível porque não há quem de bom senso consiga afirmar que esta não é a principal necessidade em toda a Área Metropolitana de Lisboa – porque aqui é o único corredor onde não existe um transporte pesado que consiga transportar em condições eficazes as pessoas –, e é uma opção também inadiável, porque se não conseguirmos inscrever esta opção nos fundos comunitários do próximo quadro comunitário de apoio, podemos estar a adiar, por mais de uma década, a sua concretização”.
Para o presidente da Câmara Municipal de Loures, “este é o momento de unirmos esforços, de continuarmos a sensibilizar o Governo para dar prioridade a esta extensão, que é, sem dúvida, o melhor investimento que podemos fazer”.
De seguida, uma delegação deslocou-se até à residência oficial do primeiro-ministro, onde foi entregue um documento com as principais razões desta reivindicação. Entregaram o documento ao chefe de gabinete do primeiro-ministro o presidente da Câmara Municipal, Bernardino Soares, o presidente do Grupo Fibeira, S.A., Armando Martins, o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Loures, Duarte Morgado, o representante da Comissão de Utentes dos Transportes Públicos de Sacavém, Fernando Vaz, e a diretora do Agrupamento de Escolas Luís de Sttau Monteiro, Maria Manuel Andrade.
Uma prioridade
Recorde-se que o concelho de Loures, integrando a Área Metropolitana de Lisboa, é o concelho pior servido por modos de transporte de adequada capacidade, apesar de ser um dos mais próximos da capital do país. O transporte individual representa 52% das deslocações quotidianas entre os municípios de Loures e de Lisboa.
No plano de expansão do Metropolitano, de 2009, divulgado pelo Governo para o período de 2010/2020, estava previsto, no traçado da obra de extensão da linha amarela a Odivelas, a expansão para Loures. Também, no traçado da obra de extensão da linha vermelha até ao aeroporto, estava prevista a expansão para a Portela e Sacavém.
Estima-se que a expansão do metropolitano no concelho permitiria servir uma população superior a 135 mil residentes, podendo, pela via pedonal, a partir do seu domicílio, abranger cerca de 39 mil residentes, com evolução potencial para cerca de 48 500.
No plano da mobilidade, nomeadamente nas questões de trânsito e de estacionamento, as vantagens para outros concelhos são enormes e evidentes, seja a norte e oeste, de onde diariamente se deslocam para Lisboa, atravessando Loures, dezenas de milhares de pessoas provenientes de Mafra, Sobral de Monte Agraço, Torres Vedras, Arruda dos Vinhos e Vila Franca de Xira, seja nos casos de Lisboa e Odivelas.
Considerando esta necessidade, cada vez mais premente, o Município de Loures tem tornado pública a sua posição, sendo que, em junho de 2017, deu início a uma campanha de esclarecimento e subscrição desta reivindicação, que originou a formalização de uma petição, com a recolha da assinatura de 31 314 subscritores, entregue na Assembleia da República.
Na sequência desta petição, foram apresentados projetos de resolução pelos vários grupos parlamentares, tendo resultado na aprovação, em plenário da Assembleia da República, no dia 5 de julho de 2019, de uma Recomendação ao Governo da prioridade da expansão da rede do metropolitano no concelho de Loures.