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Opinião
Ricardo Andrade – Comissário de Bordo
Ricardo Andrade
Comissário de Bordo

Ricardo Andrade

Um tempo novo

30 de novembro de 2017
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Com o mês de dezembro chegam ao município de Loures as decisões acerca da política fiscal e do orçamento. Com o mês das festividades natalícias a marcar a agenda da maioria das pessoas, vem a hora de os decisores políticos darem o sinal do que pretendem para alguns dos mais importantes instrumentos políticos e de gestão do nosso Concelho.

Se o que escrevi até agora não passa de uma constatação de facto, igualmente relevante é o facto de as últimas eleições autárquicas terem trazido para Loures ventos novos e uma realidade à que não podem estar alheios todos os partidos com responsabilidades governativas no município. Algo mudou no xadrez da Câmara Municipal e o que anteriormente era de uma forma terá, naturalmente, que ser de outra.

O Partido Comunista que tinha governado o município suportado por um acordo de princípio de governação em prol do município com o PPD/PSD durante quatro anos, viu legitimado nas urnas um cartão amarelo a uma sua condução solitária dos destinos do concelho de Loures. Os eleitores falaram mais alto e transmitiram que pretendem um município com um equilíbrio político distinto daquele que, nos últimos anos, havia existido.

Esta realidade faz com que seja necessária uma política de abertura de pensamento e de busca efetiva de consensos por parte de quem tem a maioria (mesmo que relativa e mais fraca do que anteriormente), aliada a uma leitura política corajosa vinda de quem não obteve a vitória nas eleições de outubro, mas conseguiu ter, ainda assim, a confiança significativa de milhares de munícipes.

Este cenário que acabo de vos descrever poderá passar ao lado de muitos mas é, na minha ótica, imensamente relevante e irá definir (ou não) a mudança da face da política em Loures como a conhecemos.

É agora que cabe, ao Partido Comunista do concelho de Loures, demonstrar que compreendeu o que os eleitores lhe transmitiram bem, como dar o sinal claro de que compreendeu que quando não há maiorias há uma necessidade ainda maior de entendimentos abrangentes e flexíveis.

Para quem não obteve a maioria dos votos é igualmente o momento de dar um sinal de respeito pela confiança daqueles que acreditaram em si e de demonstrar a coragem que têm aqueles que não vendem os princípios, nem hipotecam os compromissos que assumem com quem em si vota.

É agora o momento! É agora a altura! Porque, como disse um dia Francisco Sá Carneiro, “a política sem risco é uma chatice e sem ética é uma vergonha”!

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