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Ricardo Andrade – Comissário de Bordo
Ricardo Andrade
Comissário de Bordo

Opinião de Ricardo Andrade

Melhor oportunidade

7 de janeiro de 2024
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Agora que terminam as festividades e acaba a lufa lufa desta intensa quadra regressa a suposta normalidade do dia a dia. Agora que o mundo deixa de estar focado em pais natais e em fogos de artifício começa o tempo de abraçar o dia a dia.
Passaram, espero eu, as análises ao ano que terminou. Passaram, expectavelmente, as resoluções para este 2024.
Então, em que tempo entramos agora? Então, para que momento passamos agora?
Com a humildade de quem sabe que não há certezas absolutas nem donos da razão tenho que partilhar com os leitores que acredito que temos que nos concentrar em tentar não perder o foco do que é realmente importante.
Vivemos tempos exigentes em que muito do que tomávamos como certezas nas nossas vidas deixaram de o ser. Passamos por um tempo em que décadas e décadas de estabilidade parecem ter os dias contados.
O que fazer então?
Desistir de lutar? Aceitar que o que foi já não volta mais? Acreditar que “vai ficar tudo bem” só porque sim?
Talvez tudo e nada. Talvez o sim e o seu contrário. Talvez... talvez...
Sei que as linhas que escrevo parecem confusas. Estou seguro de que as minhas palavras escritas neste texto, até agora, parecem um arrazoado sem nexo.
Mas acredito que apenas pensando nelas poderemos, cada um dentro de si mesmo, chegar a decisões acerca do rumo que queremos trilhar.
Porque o mais fácil nem sempre é o melhor. Porque os caminhos menos tortuosos não são sempre aqueles que nos levam aos terrenos mais férteis. Porque se nos limitarmos a não fazer nada por todo e cada um de nós... nada aparecerá feito como por milagre.
Porque 2024 será, certamente, um ano desafiante. Porque este ano comprido será, seguramente, bem distinto do que aquilo que imaginaríamos há uns anos que poderia ser.
E é aqui que temos que fazer opções que não nos permitam apenas resistir mantendo mínimos aceitáveis de uma qualidade de vida que julgamos razoável mas sim apostar sem medos na busca por atingir todos os nossos sonhos.
Deixar nos outros as decisões estruturantes das nossas vidas é apenas cruzar os braços e deixar a caravana passar enquanto os cães ladram. Dar força a discursos de ódio enquanto não semeamos palavras de amor é apenas deixar que a revolta vença e a esperança morra. Acreditar que um leopardo muda as suas pintas ou que uma zebra altera as suas riscas não é mais do que perder a nossa capacidade de acreditar no tomarmos o rumo das nossas vidas.
É aqui que julgo que está o segredo.
No sermos inconformados mas não revoltados. No sermos lutadores sem sermos inconsequentes. No sermos motores e não apenas amortecedores.
E que melhor oportunidade para sermos diferentes do que no início de um ciclo de 366 dias? E que melhor oportunidade para construirmos o amanhã do que no hoje?
Assim e aqui estarei eu tentando, como sempre, fazer a minha parte para que a sociedade e o mundo não sejam meras notas de rodapé mas páginas completas da mudança que muitos sentimos ser necessária mas que nem sempre abraçamos como nossa!

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