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Opinião
Cristina Fialho – Chefe de redação
Cristina Fialho
Chefe de redação

Editorial

Bom dia, Se faz favor, Obrigada

5 de setembro de 2020
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Quando eu ainda achava que ia salvar o mundo, do alto dos meus 20 anos nuns sapatos de salto alto da Zara e mala a condizer, teimava em não responder enquanto não me dissessem “bom dia” e exigia um “obrigada” achando estar a fazer um favor ao mal educado ou mal educada que se esqueceu da cortesia. Mais tarde, cansada desta luta, comecei a desculpar, e, não sei se por exaustão adotei o “não é o meu circo, não são os meus macacos” e ignorava, mas sempre com um bichinho que me angustiava de ter ficado mal cumprimentada, mal agradecida, mal acolhida.

Hoje em dia, ainda me surpreende e faz-me uma comichãozinha a falta do se faz favor, bom dia, obrigada e todas as boas maneiras que nada custam e so ficam bem.

Estamos assim tao desleixados?

O levantar da mão quando deixamos passar na passadeira? Ou quando alguem nos deixa passar na fila de transito?

Será que um gesto é mesmo só um gesto?

Para mim não.

E dou por mim a agradecer pequenas atitudes e a valorizar o senhor do talho que sorri ou a senhora do café que sabe o meu nome.

Numa sociedade onde não se dá beijinhos, nem abraços e caminhamos para uma frieza social não podemos esquecer este tipo de afetos verbais, não nos resta muito mais para mostrarmos coesão, afinidade e comunidade.

As crianças devem ser ensinadas a viver em amor ao próximo (na minha opinião), para que o se faz favor não seja uma forma de se conseguir o que se quer, o obrigada não seja só para agradar e o bom dia não seja uma moeda de troca.

E já agora, obrigada a si, por ter lido este texto.

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