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Os animais já vivem em quarentena

5 de abril de 2020
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É irónico que, de um dia para o outro, sejamos colocados numa situação que nos faz sentir na pele o que sentem os animais de companhia durante toda a sua vida. Agora a maioria das pessoas consegue entender por que razão saem a correr pela porta.

Foram realizados milhares de testes, todos com resultado negativo, em cães e gatos e os dados científicos sugerem que o Covid-19 é um vírus transmissível apenas entre seres humanos, apesar de continuarmos a sacrificar primatas em nome da ciência.

Isto significa que não há qualquer razão para se abandonar um animal, nesta ou noutras circunstâncias, principalmente em condições tão adversas em que a probabilidade de sobrevivência é ainda menor. Adotar um cão para justificar saídas à rua parece pouco ou nada prudente, uma vez que os animais não têm um prazo de validade correspondente ao da quarentena. Podem durar muito além dela.

E é isso que as decisões impulsivas costumam ter em comum, pouca estrutura e resultados indesejados. Os efeitos do isolamento não têm reflexos só nas nossas rotinas, também têm nas deles e é bom lembrar que continuam a precisar de fazer exercício, de se entreter e que a ansiedade é uma emoção contagiosa.

Ao sair para passear um animal, há que evitar locais com muitas pessoas ou animais, festas ou contacto com outros. Ao entrar em casa, deve limpar cuidadosamente as patas, barriga e focinho, com uma solução que contenha clorexidina, segundo indicação médico-veterinária. Até encontrar, pode utilizar-se álcool, tendo particular atenção para não criar fricção e não chegar perto dos olhos dos bichos, em qualquer uma das situações.

Joana Leitão

Jurista

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