Anuncie connosco
Pub
Notícias | Atualidade

Ricardo Leão

de Loures ao país

1 de setembro de 2023
Partilhar

De Loures ao país, passando pela autarquia e afirmando a candidatura à PSFAUL - Federação Socialista de Lisboa, Ricardo Leão mostra o seu perfil político e afirma a liderança em Loures.

Ricardo Leão anuncia em grande entrevista ao “Nascer do SOL” que será candidato à sucessão de Duarte Cordeiro na presidência da Federação Socialista de Lisboa (PSFAUL) do PS. Deixa várias críticas à gestão da CDU em Loures e promete avançar para ações de despejo nos bairros sociais para quem estiver em incumprimento. Aborda ainda temas como a Jornada Mundial da Juventude, o Parque Verde junto ao Tejo, quatro novos centros de saúde, os fortes investimentos no concelho, acima de tudo na área logística, a renovação do parque escolar, a forma de financiamento, entre PRR, endividamento bancário, do METRO e muito, muito mais…

Diferença de estratégia

Relativamente à gestão da CDU, garante que a mudança para o PS «permitiu Loures respirar de uma outra forma» e contraria a ideia dos comunistas de que os investimentos da responsabilidade do Governo não têm de ser feitos pelo município.
Por isso, tem em marcha a construção de quatro centros de saúde e chegou a acordo para erguer o quartel da GNR, em Bucelas, e está a renovar o parque escolar.
Em relação ao hospital Beatriz Ângelo, afirma que pouco se «importa se é parceria público-privada ou se é gestão pública», rematando: «Tem é de servir convenientemente a minha população». São traços gerais do que entende ser uma diferença da gestão que pretende de forma clara afirmar.

JMJ – A Jornada

Considera o balanço muito positivo, mas identifica também muitas dificuldades.
«Da nossa parte, e acho que da parte de todos, a grande dificuldade que existiu foi chegar ao tal memorando de entendimento (entre o Governo, a CM Lisboa, CM Loures e com a Igreja). Houve um momento em que as diversas entidades, demoraram um bocadinho até todos nos entendermos com o que é que cada um tinha de fazer. Só em setembro/outubro do ano passado é que fechámos o memorando. Da nossa parte, tínhamos uma verba prevista para gastar à volta dos 10 milhões de euros, no entanto, a nossa grande preocupação, enquanto Câmara, foi fazer com que uma parte significativa desse investimento ficasse no concelho (…). Com toda a certeza que 80% do dinheiro que foi gasto - e gastámos 8 milhões - foi verba que ficou. Só 6,5 milhões foram para infraestruturar todo aquele espaço, mas é obra que fica».

Ajustes diretos na JMJ

«Quando se fala de ajuste direto, o que é que isso quer dizer? Houve favorecimentos e pagou-se mais caro? O ajuste direto não é sinónimo nem de favorecimento, nem que se está a pagar mais caro. É utilizado pela contratação pública há vários anos e vai continuar a ser usado. Aquilo que aconteceu foi que, tendo em conta o tempo que havia para a concretização da JMJ, o Governo (e, na minha opinião, bem) aceitou recorrer a esse instrumento.
Vivemos num estado democrático, temos instituições como o Tribunal de Contas e outras, que podem, em qualquer altura, em qualquer momento, fazer as suas inspeções para tirarem as dúvidas que entenderem. Estou perfeitamente à vontade e tranquilo».

Os contentores e o Parque Verde

«Temos o IC2 que é uma barreira que divide o rio do Parque Verde. Mesmo junto ao rio temos cerca de 15 a 20 hectares, que acompanha o passadiço e é onde a Câmara vai intervencionar.
Em reunião de Câmara, vamos pedir um empréstimo na ordem dos 3 milhões de euros para investir naquele espaço. Do lado da IC2 vai ser o Governo a entregar o espaço já todo construído com o Parque Verde. Foi um ganho importante para o município, porque vai ser o Governo a investir 3,5 milhões num espaço que depois virá para a posse da autarquia, com 500 árvores plantadas e com todo um sistema de equipamentos de restauração e de animação que são necessários para dar dinâmica ao local, caso contrário, ninguém vai para lá. Mais de 100 mil pessoas viveram durante décadas com barreiras de contentores de seis a sete pisos que lhes inviabilizavam qualquer tipo de acesso à zona ribeirinha. Agora vai mudar. Digo hoje com toda a certeza que, se não fosse este evento desta dimensão, desta notoriedade e com esta importância, jamais aqueles contentores sairiam dali, porque era o principal porto seco de abastecimento do Porto de Lisboa».

Investimentos

«Só neste mandato estão em execução 500 milhões. Dou-lhe exemplos: está em fase de finalização o maior entreposto do país do Lidl. Os dois maiores operadores de logística da Europa e do mundo, a DHL e a DPD, estão a instalar-se no nosso concelho. DHL está a instalar a sua sede social aqui. Não é sinónimo de se estar a respirar de outra forma? Este investimento privado que está em execução vai criar quatro mil postos de trabalho neste mandato e vai dar prioridade à população do concelho».

Mais investimentos

«Investimos no centro de saúde do Tojal, o do Catujal está a finalizar, já lançámos um concurso para o da Bobadela e vamos fazer um novo em Camarate. Dou um outro exemplo muito claro: há décadas que se fala do quartel da GNR de Bucelas e a Câmara dizia que era da responsabilidade do MAI. O que fizemos foi uma clara alteração de visão, não há que ter ideologia, nem de colocar as táticas partidárias à frente dos interesses das pessoas. Mas esses investimentos exigem dinheiro, por isso, vamos pedir cerca de 55 milhões de empréstimos bancários e temos de aproveitar todos os mecanismos que estão neste momento ao nosso dispor, como o PRR. Por exemplo, no centro de saúde da Bobadela, o PRR vai financiar 2,5 milhões de euros, mas a obra vai custar 4,2 milhões. Esses quase 2 milhões que faltam tem de ser o município a dar.
Iremos usar o Banco Europeu de Investimento (BEI). Conseguimos, depois de um ano de negociações com o BEI, colocar um conjunto de investimentos e, destes 55 milhões de euros que vão à reunião de Câmara, 25 milhões são do BEI, com condições muito mais atrativas, com um período de pagamento mais longo, o que significa uma dívida menos pesada. Vamos fazer um investimento na requalificação do parque escolar e em novas escolas de cerca de 40 milhões euros neste mandato, entre verbas do PRR, PAT2030 e verbas do município. Vamos investir em vias, como por exemplo, em São João da Talha, em que se vai gastar 7 milhões de euros. É uma obra que, obviamente, devia ser o Governo ou a Brisa a fazer, nunca a Câmara, e é por isso que nunca foi feita, mas agora a Câmara assumiu».

Ações de despejo em bairros sociais

«Aqueles que não pagam e têm dívidas de 9 euros... É inadmissível! Se a pessoa que vai receber o RSI não vier com água paga e com a renda da casa paga, se for de um morador municipal, põe-se uma cruzinha e não vai receber RSI nenhum. Em relação às ocupações ilegais de casas, não vamos compadecer com isso e, aí, vai haver ordens de despejo, sim».

O METRO

Também o Metro finalmente viu luz ao fundo do túnel. O concurso vai ser lançado este ano e iniciará a obra no próximo. Estamos a falar de um valor de investimento que andará a rondar os 465 milhões feito pelo Metropolitano de Lisboa. Vamos ter cerca de nove estações no nosso concelho e a nossa linha será de 6,5 quilómetros, num total de 13 quilómetros».

A Coligação PS/PSD na autarquia

«O PSD tem sido importante nesta gestão nestes dois anos. Colocámos no início do mandato quais eram os investimentos necessários e se fosse necessário recorrer a empréstimos bancários quais é que teríamos de fazer. Temos um acordo muito bem feito desde o início com o PSD, que partilha a gestão connosco. Estão connosco dois vereadores do PSD com áreas importantes, como o ambiente, a cultura e a atividade económica. Também tive a sorte de os dois vereadores do PSD partilharem a mesma posição, ou seja, de não colocarmos as táticas partidárias à frente do interesse das pessoas».

PS e FAUL

«Fui eleito presidente da Câmara por um partido que é o meu, o PS, mas tenho de ter liberdade de pensamento e de crítica sempre que assim for necessário, em defesa dos interesses da população. Foi assim no passado, é agora e será sempre.
Estou disponível para ser presidente da Federação do PS em Lisboa.
Quanto ao futuro, vou em setembro internamente falar com membros do partido para mostrar a minha disponibilidade para liderar a lista da Federação do PS de Lisboa, já que é o último mandato de Duarte Cordeiro enquanto presidente. Em princípio vai ser uma lista única».

Neste excerto da Grande Entrevista ao “Nascer do Sol”, Ricardo Leão marca a sua posição política dentro do partido e na autarquia. Estamos quase a meio do mandato, altura em que muitos fazem o balanço. Leão aqui nos deixou a sua análise. Prometemos, em breve, alargar as opiniões sobre os dois anos de Leal na CM de Loures.

Última edição

Opinião